Algumas das preocupações – e polêmicas – mais recorrentes acerca dos impactos causados pela pandemia do novo coronavírus têm origem em questões relacionadas não somente à Saúde Pública, mas à Economia.

Parar de trabalhar, empobrecer e adoecer é uma das questões que se colocam com grande centralidade no debate envolvendo os impactos causados pela covid-19, seja na saúde pública, seja na economia. O que fazer a respeito disto é tema que está na pauta de médicos, sanitaristas e pesquisadores, como também na de gestores privados e governos! Não raramente, com visões antagônicas.

Independentemente da visão de cada um destes atores sociais, inegável que há pontos nos quais convergem opiniões. A necessidade de não se interromperem as cadeias produtivas e dinâmicas econômicas encontrou espaço em novos modelos de operacionalização do trabalho. Em espaços onde a natureza do trabalho a ser realizado permite, a solução encontrada é o regime de home office.

Matéria jornalística de Giacomo Vicenzo, publicada no portal UOL em fevereiro último, aponta para o fato de que o home office é privilégio de poucos. Diz o texto: “apenas 7,9 milhões de brasileiros trabalham em casa, o que equivale a cerca de 10% da população economicamente ativa”. O número é fração de um total de 79 milhões de pessoas e contrapõe-se a outros dados bastante significativos: 0,9% daqueles daqueles que têm ensino fundamental completo ou ensino médio incompleto podem trabalhar a partir de sua casa; 27,1% dos que têm ensino superior completo ou pós-graduação desfrutam da possibilidade e vantagens do home office diante da pandemia. Os dados são trazidos da Pnad covid-19 (Pesquisa Nacional por Amostragem de Domicílio do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

Outro estudo, “Pesquisa de Gestão de Pessoas na Crise de covid-19”, conduzido pela Fundação Instituto de Administração (FIA), , aponta que 67% das organizações que adotaram o novo regime de trabalho tiveram dificuldades em sus implementação. Mesmo assim, segundo Vicenzo, “94% das 139 empresas ouvidas no estudo afirmam que o regime em trabalho remoto superou as expectativas”. De todo modo, 75% destas empresas não veem esta forma de trabalho sendo mantida após a pandemia.

“Temos uma gestão de controle de atividades de produção, que quer saber quantas horas se trabalha, onde o colaborador está. Uma gestão que faz muitas reuniões. Há uma cultura de que as pessoas trabalhem após o expediente. Muitos gestores não sabem como dar continuidade a esses itens no trabalho remoto”, afirma o sociólogo Fábio Mariano Borges, doutor em sociologia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

Para se aprofundar mais sobre o tema, leia a matéria completa em UOL.

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